Vai!
Vai
Segue em frente
Vai com tudo
Deixa o mundo te conhecer
Vai
Não olhe pra trás
Que o novo te espera
Que o tempo atropela
Os que que dizem Jamais
Vai
Constrói tua estrada
E não pare por nada
Que sua jornada
É você quem faz
Se você for
Haverá um presente
Beberás com os homens
Dormirás com os deuses em noites quentes
O que aconteceria?
O que aconteceria
Se eu tivesse dito não?
Haveria novas curvas
Em minhas mãos?
É fácil fingir
Desfilar gentileza
Se negando a exibir
Infinita tristeza
Até perceber que
Minha cordialidade vigilante
Me fez negligenciar
Raros instantes
Em nome de quê?
Em nome de quem?
O absurdamente adequado
Coletivo bem
O tempo não se fará presente
E sentirei falta do tempo
Em que o tempo
Me trazia presente
Porque certas coisas
Não são tão certas assim
Porque certas coisas
Talvez não seja a coisa certa pra mim.
Do outro lado da sala.
Há um olhar
Que anseia minha partida
No mar de distâncias
De uma sala lotada
Uma maré cantante
incompreensível para um ser terrestre
Um mundo novo
Onde as pessoas carregavam a seda e o ouro do mundo nas mãos
A canção continuava
Marinheiros cantarolavam alegremente
Meu espírito de pescador não alcançava
E lá
Do outro lado do mar
Havia um olhar de braços abertos
Que nunca teria o gosto da chegada.
Não me venha com essa.
Somos dois dias perdidos na agenda
E estou deitado num dia de calor
Nosso pecado está sempre a venda
Somos o brilho mais forte do céu e incolor
É triste ver que só foi uma cena
Em um teatro de caos, sem espectador
Às vezes um ato e alguém te condena
E nem mesmo se sabe o que provocou
Com palavras doces você diz, continue a seguir
Entre acasos e destinos, em um emaranhado de nós
Mesmo com tantos avisos a tentar nos impedir
Impetuosidade veloz, sobre contras e prós
Não me venha com essa de: sem ofensa
Eu sou melhor do que você pensa
Me conte a verdade e é melhor que não finja
Por que sou pior do que você imagina
Solitário escuridão.
Você gira a chave
Pra enfrentar sua escuridão
Sem se dar conta
Que essa sensação
Sempre é familiar
Os móveis mudos
Teu mundo imundo
Ninguém pra notar
Você hesita
como se fosse estranho
o teu próprio lar
Sai tateando
procurando um luz
pra se salvar
De tudo que você sabe
De todas as maldades
que só você pode praticar
Vida que segue.
As coisas nunca foram
Fáceis para mim
Embora seja um motivo
Pra que tudo seja ruim
As coisas não são assim
As coisas não são assim
Eu sei que há um caminho onde encontro um novo fim
Eu estou tão confuso
Mas alguém segura minha mão
Minha mente me afasta
Pra longe dessa confusão
O diabo nunca sabe
Ele nunca vai saber
Aquilo que eu guardo como ouro em minhas mãos
Olhe em volta, olhe em volta
Veja o mundo acontecer
A vida vai fluindo
O que tem de ser, será
O medo vai sumindo
Não há por que voltar
Meu corpo vai sentindo
Que tem força pra encarar
O novo se abrindo
Minha alma a se jogar
Só me vem amor.
Quando lembro de você
Só me vem amor
Mesmo eu querendo te crucificar com pregos de rancor
Só me vem amor
Ainda que eu reconstrua tua imagem em algo sujo e cadavérico
Só me vem amor
Ainda que eu distorça todas tuas palavras e ações
Só me vem amor
Ainda que eu te imagine como puta caindo nos braços de outros
Só me vem amor
E tudo é inútil
Pois só me vem amor
Ruir pela lembrança de nada existir
Mas aí eu vivo mais um dia
E só me vem amor
Atento a vida
Eu estou atento
A minha própria vida
Qualquer feixe de luz
Pode me salvar da escuridão
É por isso que todos os dias
Eu alimento essa faísca
Em meu coração
Pois um dia ela irá queimar
Esta chama irá me salvar
Das almas mortas do porão
Não tenho mais medo
De sair gritando minha dor
Eu jogo a merda no ventilador
Eu deixo a coisa feder
E faço o mundo saber
Que nem todos querem vencer
Neste jogo de mentiras
Que tudo que se quer é viver
Da forma mais bonita
A sua própria vida.
Tempo
Eu ando
O tempo corre
Eu corro
O tempo voa
Eu paro
O tempo esconde
Seu infinito ser
Eu sigo
O tempo volta
Eu olho
O tempo vê
Eu tenho
O tempo toma
A vida a se perder
Eu esqueço
O tempo some
Eu fico
O tempo vai
Eu vivo
O tempo cobra
As horas que me dá
Imprimo umas pegadas
Na velha e longa estrada
O tempo as apaga
E do meu tempo
Resta nada
Minuto Atemporal - As horas mantém a velocidade na curva. 