Sem título 1
Eu queria que você acalmasse meus pensamentos
Silenciasse esses sentimentos
Que não me deixam dormir
Eu ouço a janela suspirar
Eu consigo ouvir você chegar
E você vem pra me dizer
Que eu só preciso dormir
Quando eu parar de respirar
Você ainda vai suspirar por mim?
Quando eu parar de respirar
Ainda haverá algo pra se inspirar em mim?
Você me faz sonhar, mas
Eu sei! Eu só preciso dormir
Sem palavras
Abri a caixa de palavras
Todas enxarcadas
Com o suor do meu labor
Não encontram morada
No olhar inóspito
Do meu amor
Palavras ao vento
Estendidas no varal
Secando no calor
Se perdem no tempo
Se perdem no esquecimento
Se perdem na dor
Fechei a caixa de palavras
Silêncio em mim
Silêncio…
Ritmo diário
É do ordinário que com nossos olhos de sonhadores vira algo
Extraordinário
É do real, das batalhas diárias, que nossas almas livres tornam tudo
Surreal
Vamos a luta
Deixar lágrimas e suor se confundirem numa dor só
E sorrir
Do som causado
Das batidas dos nossos corações.
Quando ver…
Me perdi
Senti medo
Ganhei peso
E ainda vi você partir
Como foi que eu cheguei aqui?
Sofri tanto
Pelos cantos
Criei planos
Só pra ter algo pra me iludir
Não sei se você percebeu
Pois eu não
Vi
Como que aconteceu
Quando vi, era eu
Nesse chão
Vão
Vida se desteceu
Esse não sou mais eu
Te perdi
Senti medo
Em segredo
E resolvi cuidar de mim
Acho que você deveria fazer
O mesmo
Sem esse peso
Da tristeza
Que ainda há tanta beleza
Pra se viver
E quem sabe
Depois
De tudo que aconteceu
Quando ver seja eu
Nesse chão
Tão
Cheio de nós
Nossas roupas lençóis
Não tenho resposta pra teu silêncio
Não tenho resposta pra o teu silêncio
Quietude que pergunta, encara, assusta
Sem palavras, talvez outra forma
Ausência moldada em lacuna
O teu silêncio é tudo que ouço
E é tudo que não desejo te ouvir pronunciar
Mas talvez, seja tudo que tenha a me dizer.
Sol e lua
Solte um pouco da minha mão
Deixe-me cair do cavalo
Não use contra mim as promessas
Deixe que a fumaça do meu cigarro
Acabe comigo e com o espaço
Acho que você tem toda razão
Quando fala que não sou um bom rapaz
Só porque caminho sob a luz da emoção
Da loucura quero sempre um pouco mais
Como um astro que brilha e nada mais
Andar devagar não é sinônimo de tédio
Lágrimas não são como a chuva
A verdade é sinuosa
As horas mantém a velocidade na curva
Eu não sou o sol e nem você é a lua
Peso
Por favor
Que caia sobre mim
Penas de azul divino
Por favor
Que caia sobre mim
Todo o infinito
Que caia sobre mim
Que pese
Por quê tudo o que deixei não me deixou mais leve
Mormaço
Teu corpo me faz esquecer
Do sol que cada um tem que carregar
Calor que segue na madrugada
Na cama bagunçada vem me amar
Na boca palavras tão quentes
E eu tiro a roupa pra me queimar
Abre a janela, luz amarela
E o teu olhar vem me convidar
Sente o mormaço
Sente o calor a pele arrepiar
Sente o mormaço
Só teu suor que pode me banhar
Tua boca me lembra o prazer
Que a sede do amor pode aplacar
Pele suada no chão da sala
Uma chama rara que não se apaga
A manhã nasce tão abafada
Que só o seu suspiro pra refrescar
Tão caloroso, tão calorento
A umidade em tempo de aflorar
Sente o mormaço
Sente o calor a pele arrepiar
Sente o mormaço
Só teu suor que pode me banhar