Cotidiano

novembro 25, 2010 at 11:12 pm (Uncategorized)

As paredes retiveram o calor do dia

Agasalhando-me ao cair da noite

Na madrugada as janelas tornaram-se frias

Enquanto o sol voltou a nascer trazendo consigo o açoite

 

Ainda estou tão cansado

 

Em uma estrada de luz matinal

Vejo a poeira caminhar em ritmo lento

As nuvens migram procurando sua terra natal

Embaixo do chuveiro afogo todo tipo de pensamento

 

Calço o mesmo sapato

 

Os passáros cantam com energia

Mostrando que a felicidade é despretenciosa

Quase nunca agradecida

Quase nunca de proezas heroícas

 

Apresso o passo

 

Na rua ainda sem vida, tomada por um frágil silêncio

Saímos sem questionar por quê razão

Queimamos nossa vida em um imenso incêndio

Pelo calor e brilho de uma explosão

 

Me entrego ao cansaço.


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Jaz

novembro 25, 2010 at 10:25 pm (Uncategorized)

Uma chuva fina

Em uma noite pesada

Lâmina na linha

E uma estrela se apaga

Mas o universo é maior

Onde a luz se propaga

Preenchendo os vazios

E iluminando a escuridão.


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Apuros

novembro 25, 2010 at 10:10 pm (Uncategorized)

Teu corpo solto sobre o meu

Minha mão em teus cabelos

Palavras jogadas na tarde livre

De repente

O inesperado

Frenesi

Mãos levadas a boca

A angústia desenhada nos gestos

Atrás da porta não mais a sombra

Mas o amor

Não havia segurança

Brilha demais

Embaixo da cama não mais monstros

Mas o amor

Comprimido

E lá embaixo havia dor, planos, sorrisos

Mas não havia tempo para confissões

E nem era permitido revelar-se

Tudo seria tão complicado a outros olhos

Certamente condenados

Então fugi

Sabendo que jamais abandonara o coração dela

E que o amor ficara em cada cantinho do seu lar.



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Dispersão

novembro 25, 2010 at 5:16 pm (Uncategorized) (, , , )

Desperto

No momento em que me encontro

Imerso

Em um paraíso sem dono

Inverso

Ao valor do vidro e do metal

Incerto

A tudo que é real

Despeço

De uma realidade fatal

E rezo

Pra que sempre exista um momento em que me encontre

Disperso.


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Minha garota

novembro 25, 2010 at 4:49 pm (Uncategorized)

Ela está sempre a procura de algo

Que a transforme no que agrada

Ela acha toda contravenção um saco

Pensa que tudo isso leva a nada

Eu disse: Meu nome é L.A., muito prazer

Ela diz: Meu nome é K.

Mas quanto ao prazer garoto, só ao anoitecer

 

Ela aponta para o céu

Tentando decifrar a sorte do dia

Ela diz: Tenho todos os defeitos L.A.

Que uma mulher perfeita gostaria de ter

Eu disse: Por favor, revele o segredo!

Ela diz: Você tem uma chave que nada abre

E essa chave chama-se desejo

 

Meu bem, por que não estendeu o braço?

Estive tão perto, estive quase lá

Ela diz: L.A., existe um infinito entre o quase e o fato

Que você não conseguiu atravessar

Eu disse: Seu coração está tão frio…

Ela diz: Você está enganado

Esta terra seca está sendo queimada por um rio.





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Em frente ao rio

novembro 25, 2010 at 4:19 pm (Uncategorized) (, , , , , )

A melancolia ecoa alto em meus ouvidos

Sentado debaixo de uma árvore

Em frente ao rio agonizante

E aos gêmeos de concreto

Tão rígidos

Destoando com a natureza ao redor

Da elegância das garças

Alimentando-se da putrefação

Do arrebol alaranjado

E de algum modo

A vida se erguendo com certa dificuldade

Em meio ao caos

Barcos navegam com grande tripulação

Procurando beleza

E ainda há beleza

Dá pra acreditar nessa merda?



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Tédio mortal

novembro 25, 2010 at 4:00 pm (Uncategorized)

Estou dopado

Doses cavalares de cotidiano

Me entorpece

Vida torpe

Agora só torpor

Amanhã, novamente

A toda velocidade

Encarando a estrada ruim

Os solavancos que arremessam minha alma

Para longe do meu corpo

E se é assim… E se for sempre assim

Melhor que o espírito se desfaça do peso inútil do corpo.


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Meu limite é você

novembro 25, 2010 at 1:54 pm (Uncategorized)

Sinto que começo em mim

Mas só termino em você

E deve ser por isso essa incompletude

Quando não estás aqui

Jorro sem fim

Disforme

Não há corpo

Não há festa

A vida ganha um sentido frágil

Planos e metas

Não quero me resumir a isso

Por isso quebro ao menos um dente das engrenagens da máquina

Por isso paro de nadar um pouco e me permito boiar

Respiro, observando a vaidade nobre do mar em frente ao céu

Por isso te amo em dia branco

Pra te mostrar… Pra te dizer

Que meu limite é você.



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Astro Rei

novembro 25, 2010 at 12:23 pm (Uncategorized)

Nasce estrela maior

Nasce estrela ardente

Traz contigo um mundo claro

Me enxarca em tardes quentes

Irradia teu brilho, que é pra mim e já era pra ti

Revela o que se escondia

Tua chama que nutre em si

Rei auto-proclamado que nos pune e incendia

Ânima dos corpos

Tens a cor do amor

Expurga sentimentos noturnos e inóspitos

Abençoa-me com teu calor.


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Crescer

novembro 25, 2010 at 11:56 am (Uncategorized)

Crescer

Nada mais que adoecer

Diariamente

Incomoda, dói

Mas o quê há de se fazer?

Só deitar, adormecer… Crescer

Até não dar mais

Até o corpo expirar

Para a alma crescer.

Crescendo

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